Conquistense atende população de Campos com ônibus sucateados

Denúncias sobre o atraso no pagamento do décimo terceiro e do salário de dezembro também foram feitas

Ônibus da Conquistense sucateados. (Foto: Leitor denunciante)

A situação do transporte público em Campos beira o caos. Depois das denúncias da precariedade da viação Tamandaré, BK transportes e São João, a empresa Conquistense é alvo de críticas e reclamações por falta de infraestrutura e irregularidades trabalhistas.

De acordo com um funcionário que não quis se identificar, os ônibus não têm nenhuma condição de continuar trafegando na cidade. “Todos estão sucateados. As placas estão trocadas, as cadeiras quebradas, os forros rasgados e o painel destruído. Sem contar nas baratas e outros insetos que circulam pelo interior do veículo. Cerca de 5 mil pessoas passam pelos coletivos diariamente e tem que se submeter a essa situação”, disse.

O trabalhador ressalta que além das péssimas condições de trabalho, a empresa não pagou o décimo terceiro e o salário do mês de dezembro está atrasado. Segundo ele, o FGTS também nunca foi pago. “Passei o Natal sem dinheiro. Tenho família e contas para pagar. Estou fazendo uma obra na minha casa, que está parada, como vou pagar as coisas sem receber?”, reclama.

O funcionário também declarou que, na terça-feira (14 de janeiro), o dono da empresa reuniu parte dos empregados e disse que não tinha dinheiro para pagá-los e que se eles quisessem poderiam parar de trabalhar.

O profissional alega que o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) já foi informado das denúncias sobre o péssimo estado dos veículos, mas parece que faz “vista grossa” da situação.

A Conquistense tem oito coletivos e é responsável por quatro linhas: 213 – Centro X Parque Oliveira Botelho (Via São Pedro), 214 – Centro X Parque Oliveira Botelho (Via Sandú), 215- Centro X Parque Oliveira Botelho e 216 – Centro X UENF.

Em nota, o diretor de departamento do IMTT, Alexandre dos Santos, informou que não há registro no órgão de reclamações por parte de funcionários da empresa sobre as condições dos coletivos. O diretor explicou que existem queixas de passageiros em relação ao vandalismo de estudantes, que rasgam e riscam os bancos dos ônibus.

Quanto ao recolhimento de FGTS e pagamento, ele disse que não é de competência do IMTT e orientou que os funcionários direcionem a denúncia ao Ministério Público do Trabalho, responsável pela fiscalização dessas irregularidades.

A equipe do Jornal Online Terceira Via procurou a Conquistense para esclarecimentos, mas ninguém quis falar sobre o assunto.